quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mágica.


Beleza. Simplesmente incrível.

Eu nunca tive vontade de ir ao circo, de verdade. Achava perda de tempo, coisa para criança. Não acreditava em toda a magia que me falavam, ou em como era bom. Ao ler textos ou histórias sobre pessoas que largaram tudo para seguir ao circo, eu me perguntava sobre o porquê de tudo isso... largar todo o conforto de suas casas, sua família, amigos, parentes. Deixar tudo para ficar pulando de trapézio em trapézio... foi uma das coisas que nunca entendi. Entretanto, ontem, ao final da apresentação de mais de duas horas, todos os participantes foram apresentados. Os trapezistas, equilibristas, dançarinos e o palhaço. Eu vi, duas famílias inteiras estavam lá, duas famílias que haviam se juntado ao circo. Uma era composta por 6, e a outra, por 3. Famílias inteiras. No circo. Mas claro, também havia pessoas sozinhas. Havia um homem que saíra de São Paulo e rodara o Brasil inteiro com o circo, e também, além de muitos outros, havia uma menina, de apenas 18 anos, que conforme eles disseram "nascera no circo, para o circo". 150 anos de história, 150 anos de sorrisos e mágica. E eu não conseguia entender o porquê.
Eu estava ansiosa. Eu queria conhecer. E eu me encantei, naturalmente. Juro, acho que foi uma das coisas mais belas que eu já vi. "...porquê, enquanto ainda existir uma única criança no mundo, o circo existirá."
- Somos todos brasileiros.
Nunca ri tanto, nunca gritei tanto, nunca tive tanta vontade de chorar. Ao mostrar toda a beleza, as pessoas, as bailarinas... o que se pode pensar disso? O engraçado, é que todos eles sorriam. A todo tempo. Não paravam, nem um minuto. Tudo bem, provavelmente eles foram orientados assim. Mas... não consigo parar de pensar que era verdadeiro. Ontem, ao ver como eles dançavam, pulavam, davam cambalhotas e faziam tudo com perfeição, juro, eu fiquei pensando: "eles devem estar felizes. eles parecem estar tão felizes!" E eu acredito que seja verdade. Aquelas mulheres -das quais eu não me lembro o nome- que sobem naquele pano, se enroscam e ficam dançando no alto, eu vi quando elas se penduraram apenas pelos braços, e se seguraram o peso de todo o seu corpo apenas com os pés, e todo o resto... que força absurda. Quanto treino não era necessário? Porquê elas simplesmente não desistiam? E os trapezistas. Um deles -a menina de 18 anos- pulou vendada. VENDADA! E realizou o movimento com perfeição. Pulou, voltou, foi de novo, soltou a barra, girou e pegou na mão do cara do outro lado, depois soltou novamente e voltou para a barra. No ar, sem ver. E outro deles, foi realizar o movimento mais arriscado. Pulou, voltou, foi de novo, soltou a barra, deu dois giros (!), e conseguiu pegar nos braços do outro cara, mas quando foi voltar, ele não conseguiu segurar a barra novamente -por pouco- e caiu na rede. Então, ele voltou, subiu novamente, e tentou mais uma vez. Conseguiu. Foi lindo! Ah, o Marcos Frota -é, o ator- apareceu lá também. O projeto desse circo é dele. Bom, ele falou... e cada vez mais, pouco a pouco, eu meio que consegui entender que sentimento é esse que faz uma pessoa largar tudo para se dedicar à esse tipo de coisa. Eu consegui entender a importância dos sorrisos da platéia, dos aplausos. Consegui ver toda a perfeição, as técnicas, e o esforço diário de tudo aquilo. É maravilhoso, é incrível. Descobri que vale muito a pena, nem que seja por um dia, voltar a ser criança.

Mas, o principal de tudo é que, como eu disse ali em cima, o título do espetáculo é "Somos todos brasileiros". Em todo o momento, eles mostraram o patriotismo, e o orgulho de ser brasileiro. Aquele que todos deveriam ter. Eles conseguiram mostrar, ao menos um pouco, o nosso Brasil, aquele que as pessoas não conseguem enxergar. O Brasil incrível, o Brasil que é único, em mais de 200 países por aí afora. O Brasil independente, livre para qualquer tipo de pensamento, credo, religião, raça, cor, etnia.. livre para que possamos ser o que queremos ser. O país abençoando, sem terremotos, tsunamis, atentados terroristas e todo o resto. O país com uma das culturas mais diversificadas, e uma das mais ricas. O país sem pena de morte, sem tortura, sem ditadura, opressão, a quinta economia do mundo, e com o seu povo, que mesmo com todos os problemas, luta a cada dia, e ainda possui a habilidade de sorrir. O nosso presidente, aquele que é xingado todos os dias, é uma das pessoas mais influentes do mundo! E é um dos melhores. Trouxe a Copa do mundo para o Brasil pela primeira vez, e conseguiu se meter numa negociação com Turquia e Irã sobre armas nucleares, e conseguiu fechar o acordo para transformar Urânio em energia. Algo incrível, que muitos já tinham tentado, e que não haviam conseguido. Esse, o nosso Brasil. Como algo poderia ser mais belo? Problemas todo país tem. Uns mais, uns menos. So what? Esse é o nosso país. A nossa casa.

"Tudo o que eu faço com o circo, todo esse projeto.. é uma forma que eu encontrei de retribuir ao Brasil tudo o que ele fez por mim." - Marcos Frota.


Por último, no final, todos os artistas se reuniram e fizeram uma roda no palco. O palhaço entrou no meio junto com um cadeirante. Então, o cadeirante desceu, sentou no chão, e inclinou seu corpo para cima, até estar apoiado apenas com um braço. UM braço. Um cadeirante. E ele começou a girar, e dar cambalhotas, e me deu tanta vontade de chorar! Porquê foi realmente lindo. A platéia foi abaixo.

Unicirco, Marcos Frota, Somos todos brasileiros.
Se ele estiver na sua cidade ou estado, não perca a oportunidade de ir. Vale a pena.

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